Contos de Captações Psíquicas: O Guardião das Gaiolas
Contos de Captações Psíquicas: O Guardião das Gaiolas
A energia do campo se adensava ao toque da minha percepção. O ar parecia mais denso, como se houvesse um lamento ancestral pairando no espaço entre mim e a atendida. Assim que mergulhei na leitura, um aperto tomou meu peito, e a vontade de chorar veio acompanhada por uma náusea sufocante. O que era aquilo? Quem ou o quê emanava tamanha angústia?
Ao lançar comandos para revelar a verdade por trás das questões financeiras da atendida, senti risadas ecoando ao longe, zombeteiras, provocantes. O som do shofar foi minha resposta. Sua ressonância atravessou o campo e despertou uma presença, um fragmento de memória ancestral aprisionado no tempo.
Na visão, a atendida se materializava diante de mim, seus chakras opacos como se carregassem o peso de eras de medo e incapacidade. O plexo solar ressoava com a falta de poder pessoal; o chakra básico, com insegurança. A falta de merecimento era uma corrente invisível atando-a à escassez.
Então, a linha do tempo se abriu.
Gaiolas. Muitas gaiolas antigas e arredondadas. E um homem. Um caçador de pássaros, um ser solitário, deslocado, esquecido pela humanidade. Suas mãos cortavam as cabeças das aves, alimentando-se delas sem fogo, sem ritual, apenas com o instinto cruel de sobrevivência. Seu corpo era grande, grotesco, sua pele marcada pela exclusão. Ele não ouvia os cânticos dos pássaros, não via sua beleza. Era surdo, tanto no corpo quanto na alma.
Seu nome me foi revelado: Ildukor.
Ele era uma Personalidade Múltipla (PM) da atendida, uma parte perdida de si mesma, um resquício de uma outra existência, ressoando até o presente, influenciando sua escassez e sua dificuldade em enxergar oportunidades. Seu mundo era um vilarejo esquecido, onde só havia sobrevivência e dor.
Entendi: ele estava ligado às dificuldades financeiras da atendida. Como uma forma-pensamento que ganhou vida, ele refletia sua crença na carência, na rejeição e na impossibilidade de criar algo belo.
Mas tudo pode ser transmutado.
Convidei Ildukor para experimentar algo novo. Plasmei pães, farinha de milho, ensinei-o a preparar alimento sem precisar caçar. Aos poucos, ele comeu e compreendeu. Havia outras formas de sobreviver.
Era hora de libertar os pássaros.
Comandei ametistas para transmutar as densidades. As gaiolas se abrem. Os corpos foram integrados. A forma-pensamento foi dissolvida com a chama ultravioleta.
E assim, a atendida trouxe para sua consciência que ela carregava um padrão ancestral de escassez, mas que esse movimento traz leveza, e agora se faz necessário inserir novos hábitos positivos.
Nada nem ninguém tem poder sobre você. Você cria, mas também pode descriar. Tome posse do seu poder, crie novas oportunidades. Administre sua realidade e transforme suas crenças.

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